Spotify vai cobrar hospedagem por música não ouvida? saiba mais sobre o boato
Na última semana correu nos bastidores do mercado um boato de que o Spotify vai cobrar por músicas que não são ouvidas na plataforma. Tudo começou com o texto do portal Music business Worldwide (MBW) publicou sobre 38 milhões de faixas que não tiveram plays na plataforma em 2022 gerarem prejuízos de armazenamento na plataforma.
Entendendo o Boato de que o Spotify vai cobrar por músicas que não são ouvidas
- Plataforma de monitoramento (Luminate) disse que quase um quarto (24%) das 158 milhões de faixas disponíveis em serviço de streaming, não tiveram reproduções no ano passado (cerca de 38 milhões de faixas).
- São enviadas por dia cerca de 100 mil faixas por dia nas plataformas.
- Existem 67,1 milhões de faixas de áudio em serviços de streaming de música hoje que, no ano civil de 2022, atraíram 10 ou menos streams cada, globalmente.
- Esse número representa pouco menos da metade (42%) de todo o catálogo de faixas disponíveis em serviços de streaming de música em todo o mundo (com base em ISRCs).
- A hipótese da cobrança foi levantada pelo portal Music business Worldwide (MBW) a partir de uma análise.
- O painel de Jones, da Luminate, no SXSW para o MBW se mostrou relevante e mostrou o balanço de que nem tudo é ouvido.
- Para o MBW essa quantidade de “conteúdo” não ouvido e armazenado gera um custo gigante para o Spotify que estima que gaste algo em torno de nove dígitos com os serviços de hospedagem na nuvem do Google, e esses altos custos estão desagradando os investidores.
- Ele sugere que uma boa saída para aumentar as margens de lucro seria fazer como o Twitter, e começar a cobrar por serviços essenciais. No caso, por esse armazenamento de músicas.
Desmentindo o Boato:
- Se esse cenário se tornar realidade, artistas que não possuem visibilidade seriam os mais afetados, por não terem condições de manter suas músicas no streaming,
- Mas isso não vai acontecer ao menos por agora. O portal explicou que o modelo de negócios do Spotify é diferente do Twitter e que sua relação monetária só pode ocorrer através de intermediários como distribuidores e gravadoras.
- O texto ainda ressaltou que os artistas independentes são responsáveis por gerar a maioria das novas músicas enviadas para o vasto catálogo dos serviços de streaming e que, mesmo que o Spotify quisesse oferecer esse serviço de distribuição e cobrar os artistas, ele já tentou em 2019, mas o serviço foi encerrado por conta da pressão das principais gravadoras.
Elson Barbosa, responsável pelo selo independente Sinewave e entusiasta do mercado da música, em sua conta no Twitter fez um levantamento minucioso sobre a polêmica e ajudou a desmentir o boato.
"Spotify vai cobrar hospedagem por música não ouvida?"
Não, não vai. Segue fio sobre como uma informação inventada vira uma alucinação coletiva:
— Elson Barbosa (@elson) March 28, 2023
Como funciona a Distribuição de Royalties no Spotify?
Em relatório anual de royalties da música do próprio Spotify, Loud & Clear, foram apontados alguns dados de 2022:
- 57 mil artistas geraram mais de US$ 10 mil na plataforma.
- 1.060 artistas geraram mais de US$ 1 milhão.
- O Spotify ainda diz que o número de artistas que geram mais de US$ 1 milhão, bem como aqueles que geram mais de US$ 10 mil, mais do que dobrou nos últimos cinco anos.
- Spotify paga a grande maioria de cada dólar que gera para a música – quase 70% – de volta à indústria, de acordo com a análise, e os pagamentos de todos os tempos do Spotify aos detentores de direitos musicais estão se aproximando de 40 bilhões de dólares.
O Perfil de quem sobe as músicas no Spotify
- O Spotify estima que existam cerca de 200 mil artistas profissionais ou aspirantes a profissionais em todo o mundo.
- Das 9 milhões de pessoas que enviaram qualquer música para o Spotify, 5,6 milhões publicaram menos de 10 músicas em seu histórico na plataforma – indicando que podem estar muito cedo em sua jornada, abordando a música como um hobby ou não aproveitando o streaming como parte de sua carreira;
- Existem 213 mil artistas que lançaram pelo menos 10 músicas em seu histórico (o que significa que eles têm um corpo de trabalho para ganhar) e uma média de pelo menos 10.000 ouvintes mensais (o que significa que eles conseguiram atrair o início de uma audiência);
- O Spotify vê isso por meio das integrações com Songkick, Ticketmaster e dezenas de outros parceiros de venda de ingressos ao vivo e virtuais: em 2022, foram 189 mil artistas com pelo menos um show ou evento com bilhete, demonstrando atividade profissional fora do streaming.
Sendo assim fiquem tranquilos, por hora o Spotify não vai cobrar por hospedagem de músicas que não tenham plays na plataforma.
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