Como anda o rock nacional?
Como anda o rock nacional?
De tempos em tempos o bastão é passado para a próxima geração de jovens. Ainda mais quando o assunto é a cultura pop. Isso se extende também para as tendências e comportamentos. No momento, os jovens da Geração Z – pessoas nascidas entre 1995 e 2010 – hoje representam 24% dos brasileiros, com aproximadamente 51 milhões de pessoas, são um mercado explorado pelos diversos setores da moda, tecnologia, games, comportamento a cultura pop. Tendo a música um importante papel na forma de se comunicar, seja por memes como por trends de TikTok.
Em nenhum momento o rock parou por aqui. Mas agora vive um momento e alta artistas no exterior como Maneskin, Demi Lovatto fazendo show de rock, o fenômeno comercial do Machine Gun, além do retorno de bandas sagradas dos anos 90 estarem movimentando como o Pavement voltando em turnê mundial, a despedida do Skank, além da volta do Nx Zero, ícones do rock nacional nos anos 2000.
Em resumo: o rock nacional ganhou um fôlego novo no último ano.
A volta do Rock Nacional aos holofotes no Brasil
Não que em algum momento o rock produzido no Brasil e no mundo, tenha deixado de acontecer. Muito menos que excelentes bandas tenham deixado de aparecer. Mas sim, o interesse midiático e os holofotes dispersaram para outros estilos. Com a busca recorrente por novos artistas, tanto playlists como festivais tem escalado novos nomes. Por isso separamos nomes que se destacam e de certa forma dialogam com o revival que tem acontecido no exterior.
Di Ferreiro
Após o NX Zero entrar em hiato, o vocalista Di Ferreiro focou seus esforços em sua carreira solo. Em junho, aos 36 anos, ele lançou seu álbum de estreia ‘:( Uma Bad Uma Farra (:’ com show no Cine Joia. Sua sonoridade ao longo das 12 faixas passeia pelo pop e o alternativo; o disco lançado pela Slap conta com parceria com nomes como Junior Lima, Badauí, Vitor Kley, Clarissa e Los Brasileros.
“As músicas foram todas pensadas para o ao vivo e isso me ajudava a criar. E foi esse o processo, de estar na bad, mas não tão depressivo, talvez algo mais romântico. Já na parte de farra, que se estivesse em tempos normais, eu sairia pra fazer outra coisa que não fosse música, mas não podia sair, né? Então eu ficava fazendo músicas que acabaram sendo mais ‘solar’. Tenho esses dois lados no álbum e por isso faz sentido pra mim”, contou para o Estadão na época do lançamento.
Day Limns
Finalista do The Voice Brasil, a cantora, compositora, youtuber e influenciadora, Day Limns, é uma das novas apostas do pop rock nacional. Com contrato com a major Universal Music Brasil, a artista que em sua banda para apresentações ao vivo conta com Gee Rocha (Nx Zero), Johnny Bonafe (Glória) e Vitor Peracetta na linha de frente, lançou seu álbum de estreia, Bem-Vindo ao Clube.
“Clube dos Sonhos Frustrados”, “Finais Mentem” e “Isso não é Amor”, parceria com Lucas Silveira (Fresno), foram lançados como singles e costumam ser destaques em seus shows. A cantora que se apresentou na primeira edição do MITA abrindo o festival recentemente também pode fazer a abertura do show da Avril Lavigne, em São Paulo.
Di Ferrero, Konai, Clarissa são artistas de seu ciclo e em algumas apresentações já reuniu os músicos no palco.
Putz
A banda de rock alternativo / pop rock, Putz é formada por Gi Ferreira (vocais e guitarra) acompanhada por Cyro Sampaio, dos menores atos, na guitarra, Sarah C, do Siete Armas, no baixo, e Antonio Fermentão, do Corona Kings, na bateria, e lançou em 2021 seu álbum de estreia, autointitulado, via Forever Vacation Records e Flecha Discos.
Formada em 2019, a banda logo entrou em estúdio para produzir o debut que conta com 11 faixas e produção de Alexandre Capilé, do Sugar Kane e Water Rats, e mixagem de Capilé e Gabriel Zander.
Plutão Já Foi Planeta
Representando o indie pop nacional os natalenses da Plutão Já Foi Planeta apareceram como destaque na terceira temporada do SuperStar da Globo. Formado em 2013, o grupo passou por uma série de mudanças em sua formação atualmente tendo na linha de frente Gustavo Arruda (Voz, Guitarra, Contrabaixo Elétrico); Sapulha Campos (Voz, Guitarra, Ukulele, Escaleta) e Cyz Mendes (Voz).
Em sua discografia os potiguares contam com os discos Daqui Pra Lá (2014), A Última Palavra Feche a Porta (2017), além do EP Risco de Sol (2020). Lançado em Outubro de 2020, o mais recente lançamento completo, conta com releituras de canções potiguares “O Roqueiro e a Hippie”, “Demora Não”, “Quem Ama Perdoa” e “Esses Meses”, o projeto conta ainda com a faixa autoral que leva o nome do EP, “Risco de Sol”. No ano passado eles disponibilizaram também uma série de singles soltos para mostrar a nova fase.
Entre os feitos do grupo estão a participação no Lollapalooza Brasil, em 2018, e a participação no Rock In Rio, diretamente do Palco Sunset, em 2019.
Devise
Depois de uma série de gravações adiadas devido ao momento da pandemia, a banda mineira de rock Devise, formado por Luís Couto (Voz, Guitarras e Violões), Mike (Guitarra), Bruno Bontempo (Baixo) e Daniel Mascarenhas (Bateria), lançou em 2021 o álbum Depois de Abrir Os Olhos mirando o britpop.
O disco foi gravado estúdio Pacific, sob produção musical de Cris Simões para registrar seu terceiro álbum cheio que conta com dois feats, “Aurora” com a artista francesa Ysee, integrante do dos High Flying Birds, a carreira solo de Noel Gallagher (ex-líder do Oasis), além de ter registrado trabalhos com Damon Albarn (Blur/Gorillaz) e Tony Allen (Fela Kuti) e “De Quanto em. Quanto Tempo” com Lucas Guerra, integrante do Pense.
“Esse é o disco das nossas vidas até aqui. O que trabalhamos mais, o que tivemos mais tempo e estrutura pra produzir e gravar. É um disco de rock de uma banda que não tem receio de colocar suas intenções de maneira clara, mas que tenta a cada trabalho trazer algo novo. Soa exatamente como queríamos que soasse. É ousado, dançante, é muito sincero e verdadeiro. A gente faz a música que a gente gosta de ouvir.”, pontua o vocalista Luís Couto.
Em 2022, os mineiros lançaram o B-Side “De Frente para o Sol“.
Daparte
A banda Daparte é formada por Juliano Alvarenga (voz e guitarra), filho do Samuel Rosa (Skank), João Ferreira (voz e guitarra), Bernardo Cipriano (voz e teclado), Túlio Lima (voz e baixo) e Daniel Crase (bateria) e é mais uma representante da cena mineira em nossa lista. Em sua sonoridade eles se aproximam do pop rock, tendo lançado em 2018, o álbum de estreia, Charles, em 2021, eles lançaram o segundo disco de estúdio, Fugadoce, que reúne 13 canções.
Entre as principais influências do grupo eles citam nomes como Los Hermanos e o próprio Skank. No novo disco eles contam com a participação da Lagum (“Nunca Fui Desse Lugar”) e Pescador com Zé Ibarra (Bala Desejo).
Lagum
Fenômeno nacional, e com uma legião de fãs, a Lagum é um dos novos nomes em ascensão do pop rock e reggae nacional. Formado em Brumadinho (MG), em 2014, o grupo tem em sua formação Pedro Calais (vocal), Otavio Cardoso (guitarra), Jorge (guitarra), Francisco Jardim (baixo) e anteriormente Tio Wilson (bateria).
Em 2016, o quinteto lançou seu debut intitulado Seja o Que Eu Quiser, e em 2019 foi a vez de Coisas da Geração, segundo disco, ganhar a luz do dia, um pouco antes o sucesso da faixa “Deixa”, gravada em versão acústica, em parceria com Ana Gabriela abriu as portas para o grupo assinar com a Sony. Já em 2021 foi a vez do terceiro disco, Memórias (De Onde Eu Nunca Fui), ser disponibilizado, atualmente eles excursionam promovendo o álbum.
Terno Rei
Após o bem sucedido Violeta, o quarteto paulista Terno Rei formado por Ale Sater, Bruno Paschoal, Greg Maya e Luis Cardoso preparou uma série de lançamentos como os feats com os curitibanos da Tuyo (confira “Pivete”) e a banda gaúcha Fresno (Ouça).
Além disso eles apresentaram o projeto Conexão Balaclava, onde apresentaram faixas próprias e versão para clássico do Skank ao lado de Samuel Rosa, uma versão para “Lilás” de Djavan feita especialmente para um projeto da Deezer; o clipe para “Medo“, além do lançamento do documentário dos 10 anos da banda paulista.
Em 2022 eles lançaram sucessor de Violeta. Gêmeos, inclusive, saiu pelo selo paulistano Balaclava Records e mostrou uma guinada do grupo para o pop, trazendo referências do pop rock dos anos 90 e dos anos 2000.
Dingo
Com 10 anos de atividades a banda de Porto Alegre (RS), Dingo Bells, agora chamada apenas DINGO, lançou seu terceiro álbum A Vida é uma Granada pelo Selo Rockambole que alcançou diversas listas de melhores do ano. Este que sucede os discos Maravilhas da Vida Moderna venceu o Prêmio Açorianos nas categorias “Compositor Pop” e “Projeto Gráfico” e Todo Mundo Vai Mudar.
Eles inclusive se apresentam no dia 18 de Março (sábado), às 20:00, na Casa Rockambole, localizada na Vila Madalena, em São Paulo. Além das canções do disco lançado no fim do ano passado o novo setlist, incluirá faixas antigas e novas como “Dinossauros” e “Parabólicas”.
Bratislava
Formada por Victor Meira (voz e teclado), Gustavo Franco (bateria), Zé Roberto (baixo), Jonas Andrade (guitarra) e Felipe Gonçalves (guitarra), a Bratislava incrementa o pop à sua identidade de rock, tornando expansiva a sonoridade de suas músicas. O novo disco da banda, Parte do Que Vem, simboliza o renascimento da Bratislava e, como o próprio título sugere, é o começo de um novo momento da banda, que utilizou o período pandêmico para se voltar ao processo criativo e de produção do novo trabalho.
A banda tem 4 discos e 2 EPs lançados, e conta com passagem por grandes festivais como Lollapalooza, Bananada, CoMA e DoSol.
Chico e o Mar
Após mudar sua sonoridade e se aproximar ainda mais do pop rock, o Chico e o Mar, de Belo Horizonte (MG), lançou seu álbum de estreia em 2022 via Eu Te Amo Records. Com 9 faixas ao todo o disco contra com “chicolina”, parceria com belina. Entre as referências do single que antecedeu o álbum estão nomes como Jonas Brothers, DNCE e boy pablo, mostrando que o campo de referências vai do indie rock ao pop.
O papel dos fãs, inclusive, foi importante para que o álbum autointitulado ganhasse vida já que foi fruto de um financiamento coletivo.
E você, já conhecia as bandas citadas? O que acha da volta do rock ao mainstream?
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