Vale a Pena fazer um feat?

28 agosto POR ALGOHITS

Você com certeza já se deparou com músicas com o termo feat ou com o termo participação especial em uma música. Seja por afinidade musical ou estratégia de marketing, muitos artistas nos últimos anos tem optado por colaborar com outros artistas. Seja compondo como gravando junto. O que pode acontecer em uma composição, gravação música em estúdio, numa live session, participação em show ou apresentação dentro de um festival.

O que significa fazer um feat?

É a abreviação da palavra featuring, que significa “com participação de”, “apresentando”, “em parceria” ou “participando”. Ele poder ser grafado como “ft” ou em sua versão em português, “participação” que sinaliza uma participação especial de outro artista em uma obra.

É um termo usado para indicar uma parceria musical entre artistas como, por exemplo, “Zero Coragem” da Tuyo com o Vitão. Elas são comuns entre artistas famosos e principalmente aqueles que estão buscando se destacar.

Como funciona um feat?

Tem a função de:

    • Enriquecer seu projeto com referências de outros gêneros sonoros;
    • Estabelecer networking com outros artistas e agentes do mercado;
    • Interagir com comunidades de outros músicos;
    • Alcançar um público maior e impulsionar carreiras (gravadoras inclusive incentivam);
    • Ser forma alternativa de ganhar lucros;
    • Ajudar a entrar em playlists editoriais de outros gêneros;

O que pode ser interessante para potencializar ainda mais essas participações?

  • Utilize de forma estratégica dentro de um planejamento para que a entrega seja alinhada com as suas expectativas;
  • Procure incentivar o convidado a participar do processo criativo mas mais do que isso, entre em contato com a equipe artística para tirar dúvidas, mostre intenções e apresente a essência daquele trabalho;
  • Se tiver dúvidas da sua escolha de participação, tente analisar a sinergia artística e estratégica da parceria, se é do mesmo nicho, mas que os públicos iam amar, ou se vale ousar para ajudar a construir uma nova base de fãs;
  • Pense além da visibilidade, a qualidade da música e a verdade transmitida vão muito além do potencial da ferramenta de marketing.

Como construir parcerias?

Se tem interesse em fazer um feat com o artista nada melhor do que conhecer ele, frequentar os shows, festas e ver até onde existe uma conexão musical entre ambos.

Parcerias naturais desenvolvidas na convivência costumam transmitir mais verdade para o público final. Realizar shows juntos, turnês em parceria, feats em palco de festival, podem ajudar a estreitar esses laços de forma que para todos aquilo irá soar algo natural.

Para isso:

  • Invista na qualidade da sua música para também ser notado e ter admiração dos outros artistas, isso com certeza contribui para que o interesse mútuo para um feat aconteça.
  • Deixe as suas pretensões bastante claras, nesses casos a palavra vale realmente ouro.
  • Na hora do lançamento não deixe de aproveitar todo potencial da parceria para engajar suas comunidades.

Como ficam os direitos autorais?

Porém todo tipo de parceria quando envolve catálogo é importante ter o conhecimento dos direitos autorais para que todos os envolvidos tenham seu repasse feito da maneira mais adequada. Por isso é importante se atentar como fica a vida da obra ou do fonograma compartilhado com o parceiro. Como as partes serão creditadas, e quais as implicações em termos de direitos e arrecadações? São várias decisões que precisam ser tomadas durante este processo.

Por essa razão é importante estabelecer bons termos entre todas as pessoas envolvidas.

Dependendo do seu contrato, esse valor dos royalties pode variar bastante de acordo com a contribuição de ambos à produção.

Dica: É importante estar atento às condições contratuais antes de assinar qualquer documento.

Quando você faz parte de uma produção artística de outro músico está se incluindo na criação e concepção desse material, logo tem direitos sobre ele e os royalties devem ser divididos entre as partes envolvidas.

Se a música for transmitida na rádio, locais públicos ou pela TV, por exemplo, o músico tem o direito de pedir um percentual.

Autoria

  • O ideal é que todos os envolvidos no processo de esculpir a música até sua forma essencial sejam reconhecidos como compositores.
  • O que garante recebimento de sua respectiva parte na arrecadação de direito autoral.

Cadastro de obra

  • A partir da informação enviada ao ECAD que os compositores são pagos quando ocorre a chamada de execução pública (rádios, TVs, shows, festas e afins);
  • Existe um pequeno componente autoral de execução pública sobre o streaming, de modo que 3% do valor de um play nas principais plataformas segue aos compositores via ECAD, com outros 9% sendo repassados pela UBEM;
  • Antes do lançamento é importante estabelecer entre todos os autores quais são as porcentagens individuais sobre a obra;
  • Não há regra pré-estabelecida: é possível tanto fazer uma divisão de igualdade para todos ou destinar as porcentagens de acordo com o tamanho da colaboração de cada autor no resultado final;
  • Por isso é importante definir isso antes para evitar desavenças e eventuais problemas jurídicos;
  • Não é recomendado que as informações públicas e cadastrais sobre a autoria sejam divergentes – por exemplo, um autor constar nos créditos nas plataformas digitais, mas não no cadastro do ECAD;
  • Esse tipo de inconsistência pode gerar direitos retidos, que não serão pagos pelas instituições até que tudo esteja organizado de maneira idêntica.

Edição e Distribuição

  • Não há necessidade dos artistas fazerem parte da mesma editoria;
  • Cada compositor pode destinar a administração de sua parte a uma editora diferente, ou mesmo representar sua porcentagem de maneira direta, sem editora – a decisão é de cada um, de acordo com o que julgar melhor;
  • No entanto, é necessário escolher apenas uma distribuidora para disponibilizar a gravação final junto às plataformas digitais;
  • Em um feat, é importante que as partes definam isso assim que possível;
  • Como não há componente de direito conexo na arrecadação sobre o fonograma no digital – diferente do que acontece na execução pública -, a divisão dessa arrecadação com os parceiros não segue um formato fixo;
  • É importante definir a porcentagem dessa arrecadação com os colaboradores e utilizar as chamadas ferramentas de “split” (divisão) junto à distribuidora escolhida, para que todos recebam devidamente.

Artistas principais x convidados nas plataformas de streaming

  • Um ponto importante a observar é o tipo de crédito que cada parceiro terá;
  • No caso de um single, se todos os envolvidos forem incluídos como artistas principais, esse lançamento constará na discografia principal de cada um deles;
  • Se houver algum crédito de artista convidado, esse título constará como secundário na página deste parceiro nas plataformas de streaming, sendo acessado pela seção “Aparece em”;
  • O limite para artistas principais em cada título nas plataformas é de três, até o momento;
  • Acima desse número, o lançamento torna-se de “Vários Artistas”, e passa a constar no “Aparece em” de todos os envolvidos. Como, por exemplo, num disco colaborativo, como um tributo a algum artista.
  • Se a faixa estiver dentro de um álbum ou EP e a colaboração for em uma faixa pontual, o crédito do parceiro constará na seção “Aparece em” mesmo que seja creditado como principal – a não ser que esteja presente na maioria das faixas.

E você, já pensou em fazer um feat?

Fontes:

Blog da Tratore
Blog da CD Baby
Blog da Milk Digital

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