NFT não é arte!
O que é NFT?
NFT (token não fungível – ou um tipo especial de token criptográfico que representa algo único) é um tipo de certificado digital de autenticidade. A arte digital, por sua própria natureza, pode ser copiada e distribuída instantaneamente em todo o mundo.
Ao comprar um NFT, o cliente detém uma prova de propriedade de tudo o que eles estão colecionando, independente de quantas cópias digitais existam.
O NFT em uma linguagem simplificada funciona basicamente como um certificado em cartório. Ele pode ser utilizado nas mais diferentes frentes e viabiliza em si autenticidade nas transições comerciais. Podendo ser utilizado em diferentes tipos de indústrias, inclusive no mundo das artes. Seu valor, inclusive, pode variar bastante.
O que podemos observar quando interagimos nesse universo é que o NFT cria uma sensação de raridade – como se você comprasse uma obra de arte extremamente rara, mas em alguns casos apenas esse token é raro, não a obra em si.
Por mais que ele seja baixado ou reproduzido nas redes sociais, haverá apenas um proprietário do item “original”, que o compra como item de colecionador.
Como NFT se aplica na Arte
O que define se NFT é arte é o arquivo vinculado em si, se uma obra de arte se utiliza de uma tecnologia que permite o uso de NFTs como intermédio digital por exemplo, ela é uma obra de arte comercializada como um Token não fungível.
Em 2018 uma imagem de um gatinho digital foi comercializada por um valor recorde de 172 mil dólares e a partir daí isso acabou se tornando uma tendência global. Podendo se estender de obras de arte, música, bens virtuais, memes, avatares de acesso a locais tanto no Metaverso como na vida real ou apenas artes colecionáveis feito figurinhas ou gifs.
Os dados da arte vendida estão blockchain, e por não serem editáveis, impedem a adulteração de informações digitais e permitem comprovar a autenticidade de uma imagem. Eventualmente ela pode ser revendida feito uma commodity.
Artistas tem utilizado para vender obras digitais e para terem uma ideia do impacto da Criptoarte, em 2021 o mercado gerou 338 milhões de dólares no mundo físico.
E na Música?
Por décadas o modelo digital não conseguiu solucionar o problema que mais dói: o bolso do artista. A monetização justa e rentabilidade da sua arte no meio.
Segundo dados do mercado estadunidense: um artista recebe 50% da divisão de receita, enquanto agentes, advogados e distribuidores recebem 40%. Músicos que usam serviços de streaming se saem ainda pior.
A maioria dos top 0,8% do Spotify ganha menos de US$ 50.000 em receita de streaming, e estamos falando do topo da cadeia. O artista independente é um dos que mais sofre dentro desta cadeia de remuneração
O mercado de NFTs surge como uma oportunidade de uma remuneração mais justa e com menos intermediários na indústria fonográfica.
NFT’s como Patrocínio
Assim como plataformas de apadrinhamento de artistas como o Patreon e Padrim você pode criar diferentes níveis de associação ou acesso com diferentes NFTs criados por meio do desbloqueio.
Você pode, por exemplo, criar três diferentes níveis de acesso da mesma forma que faz em uma plataforma, como por exemplo, o Padrim, desta forma permitindo vantagens de patrocínio independentes de qualquer plataforma. Ou seja, acabam por si só os intermediários, e consequentemente, as taxas que as plataformas retêm.
Artistas independentes que se juntam à Rede FanTiger (Marketplace de NFTs que trabalha para criar uma comunidade descentralizada para artistas e seus fãs) são capazes de construir comunidades de fãs no FanTiger e permitir que seus fãs ajudem a moldar suas carreiras. Músicas, gravações de estúdio e videoclipes podem ser criados usando NFTs de música.
Uma parte dos royalties ganhos com a música também pode ser contribuída para a comunidade de fãs.
Tokens como acesso
Bloqueios por meio de desbloqueio podem permitir que fãs e ouvintes tenham acesso a músicas, descontos em mercadorias ou até mesmo um documento no Google Docs.
Existe algum conteúdo, conhecimento ou mídia específica que seus fãs gostariam de acessar com exclusividade? Você pode criar NFTs como passes de acesso sem criar um programa de associação completo.
Um exemplo prático:
Live Stubs são NFTs que os fãs podem receber gratuitamente quando compram ingressos para shows da Live Nation, a maior organizadora de eventos musicais do mundo. Com os Live Stubs, eles podem relembrar a coleta de canhotos de ingressos enquanto oferecem aos artistas uma nova maneira de se conectar com seus fãs. Como tal, Live Stubs e NFTs se tornam colecionáveis raros que se valorizarão ao longo do tempo e podem ser revendidos legalmente.
Lançamentos Retroativos
Os músicos podem lançar passes de desbloqueio NFT para seu público, o que pode permitir acesso a coisas como uma biblioteca de material (amostras, arquivos, stems), descontos em mercadorias ou acesso antecipado a lançamentos.
Em março de 2021 o Kings of Leon, por exemplo, foi a primeira a lançar um disco nesse formato, When You See Yourself, utilizando o formato da blockchain e o streaming ao mesmo tempo. Até abril deste ano eles haviam arrecadado mais de 2 milhões de dólares, dinheiro que com os lucros em streaming seria dificilmente alcançado.
Uma das vantagens é que alguns NFTs na música podem ser atualizáveis.
Ou seja, podem evoluir e sofrer mutações. Um exemplo usando esse método, os músicos podem lançar uma trilha sonora, refrão ou ponte que os fãs e colaboradores podem usar legalmente, ignorando as complexidades legais de criar remixes legalmente.
Lançamentos musicais escassos
Limite o acesso a material novo ou inédito para membros que possuem um NFT. Como o desbloqueio permite que você especifique um número máximo de uma determinada NFT que pode ser comprada. Assim você pode tornar um lançamento tão escasso ou tão disponível quanto desejar.
Um exemplo prático:
Em fevereiro de 2021, 3LAU, DJ e produtor de música eletrônica, foi o primeiro artista a lançar um álbum completo na forma de NFT. Ele leiloou seu álbum em 33 NFTs, com itens exclusivos, como títulos personalizados, vinil de edição limitada ou acesso a faixas inéditas. A venda rendeu 3LAU $ 11,7 milhões, tornando-o o artista que mais arrecadou fundos através de NFTs.