Como anda o rock? Conheça os destaques da cena de metal nacional

07 março POR ALGOHITS

Conheça os destaques da cena de metal nacional

De tempos em tempos o bastão é passado para a próxima geração de jovens. Ainda mais quando o assunto é a cultura pop. Isso se extende também para as tendências e comportamentos. No momento, os jovens da Geração Z – pessoas nascidas entre 1995 e 2010 – hoje representam 24% dos brasileiros, com aproximadamente 51 milhões de pessoas, são um mercado explorado pelos diversos setores da moda, tecnologia, games, comportamento a cultura pop. Tendo a música um importante papel na forma de se comunicar, seja por memes como por trends de TikTok.

CRYPTA banda de Metal Nacional - Foto por Danilo Almeida

CRYPTAFoto Por: Danilo Almeida

A presença de guitarras pesadas e influência do rock no Hip Hop contemporâneo

No campo do rock mais pesado um nome que ganhou bastante relevância e respeito dentro do nicho do metal foi o Bring Me The Horizon, antes julgado como apenas mais uma banda de screamo/metalcore, foi a insistência e palcos que foram criando um público jovem e aficcionado pelo grupo.

Yungblud, traz em seu rock alternativo uma ponte com o hip hop, outro traço da nova geração estar dispostas a misturar guitarras com rimas. Algo que se reflete em artistas do pop e hip hop, como Lil Nas X, Post Malone, KennyHoopla e Jxdn, que usam do artifício do instrumento para dialogar com públicos além do nicho.

O Rock como protagonista além do Pop

Já no campo do rock’n’roll vemos situações interessantes, como o viral de “Dreams” do Fleetwood Mac, no TikTok, o retorno do Mötley Crüe, e aproximação da estrela do pop Miley Cyrus fazendo em seu novo disco versões de Stevie Nicks, Joan Jett e Billy Idol. A artista chegou até mesmo a tocar Def Leppard recentemente nos palcos.

Talvez o nome mais palpável para a indústria em decolar de forma orgânica e logo entrar nos principais festivais de música em pouquíssimo tempo de banda foi o dos italianos do Måneskin. Viral no TikTok com “Beggin”, uma versão em inglês para um hit local do seu país, eles emplacaram mais 3 músicas em playlists e vem colhendo frutos com pessoas além da Geração Z. O que acabou chamando a atenção de até mesmo Iggy Pop que gravou com eles a faixa “I Wanna Be Your Slave“.

A volta do metal aos holofotes no Brasil

Não que em algum momento o metal produzido no Brasil e no mundo, tenha deixado de acontecer. Muito menos que excelentes bandas tenham deixado de aparecer. Mas sim, o interesse midiático e os holofotes dispersaram para outros estilos. Com a busca recorrente por novos artistas, tanto playlists como festivais tem escalado novos nomes. Por isso separamos nomes que se destacam e de certa forma dialogam com o revival que tem acontecido no exterior.

Black Pantera

Do interior de Minas Gerais, a banda Black Pantera foi formada em abril de 2014, na cidade de Uberaba (MG), pelos irmãos Charles Gama (guitarra, vocal, letras) e Chaene da Gama (baixo) juntamente ao baterista Rodrigo “Pancho” Augusto.

Para celebrar as conquistas destes 8 anos de trajetória, entrevistamos um dos principais nomes do Thrash Metal/Crossover brasileiro atual para contar mais sobre o recém-lançado, Ascensão, terceiro álbum de estúdio do trio que foi lançado em março via Deck. A banda que já tocou no lendário festival Afropunk, e no gigante Download Festival, se prepara para tocar no segundo semestre no Palco Sunset, do Rock In Rio, ao lado dos veteranos do Devotos.

Com nome inspirado nos Panteras Negras, e DNA ativista desde os primeiros dias, o grupo do triângulo mineiro levanta diversas bandeiras ao longo do novo disco e escancara os problemas sociais e políticos presentes no cotidiano sob a ótica do negro.

Ao longo das 12 faixas, o disco que aborda a causa ambiental, denuncia o preconceito contra corpos fora do padrão e ataca o retrocesso instaurado pelo governo, traz também participações do trio curitibano Tuyo e de Rodrigo Lima, vocalista da banda capixaba Dead Fish. Ascensão é o sucessor dos discos:  Black Pantera Project (2015) e Agressão (2018).

Papangu

Com toques sofisticados de rock progressivosludge metal, doom, experimental e literatura nordestina os paraibanos do Papangu fizeram talvez um dos discos mais emblemáticos do rock pesado brasileiro em 2021.

O álbum de estreia, Holoceno, lançado em 2021, foi elaborado por Marco Mayer (baixo, synth e voz), Hector Ruslan (guitarra e voz), Raí Accioly (guitarra, voz) e Nichollas Jaques (bateria e voz), é o resultado de 7 anos de maduração, ou seja, vale a pena estruturar composições e maturar, algo totalmente na contramão do que os “gurus da indústria” tentam diariamente empurrar para os artistas independentes.

O disco ainda traz participação especial de Torstein Lofthus como baterista, além de Uaná Barreto, Benjamin Mekki Widerøe e Luís Souto Maior.

Cattarse

Cattarse é um Power Trio de som pesado, com riffs marcantes, um show empolgante e presença de palco inconfundível, fazendo o que o seu próprio nome propõe: uma catarse em suas apresentações. Suas letras tratam da neurose humana e relacionamentos afetivos, tendo como seu principal compositor o guitarrista e vocalista Igor van der Laan.

Fundada ainda na escola, pelos irmãos Yuri e Igor van der Laan, em meados de 2009, na cidade de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Em 2012, a banda se consolidou lançando seu primeiro EP, começando assim a sua carreira. De lá pra cá, lançou os álbuns Cattarse (2014) e Black Water (2016) com influências de Black Sabbath a Mutantes.

Recentemente eles participaram da coletânea Hotel Records Brasil Vol 4. O projeto é assinado pela Hotel Records, plataforma ibero-americana fundada em 2020 pelos representantes da extinta Burger Records da Espanha, do México, do Brasil e do Chile, onde está baseada. Para ela gravaram “Sabotagem”.

DEAFKIDS

O trio formado por Douglas Leal (guitarra e vocal), Marcelo (baixo) e Lucas Mariano (bateria) lançou em 2018 Configuração do Lamento, sétimo trabalho de estúdio, pelo selo dos integrantes do Neurosis, Neurot Recordings. Após isso já vieram os discos Metaprogramação (2019) e Deafbrick (2020), esse em colaboração com o Petbrick, duo formado por Iggor Cavalera e Wayne Adams (Big Lad / Death Pedals / Johnny Broke).

O projeto começou em 2010 em Volta Redonda (RJ) como um projeto solo de Douglas, passou por algumas formações até virar um trio que reside em São Paulo. A banda realiza constantemente turnês pela Europa.

Douglas define o som da banda como: “O DEAFKIDS está mais próximo do ethos Punk do que qualquer outro ‘gênero’ musical. Mas em nossas intenções também reside a vontade de não pertencer a nada que seja “simplesmente” definível. Pode-se dizer que é uma sonoridade agressiva e mais corporal, rítmica e selvagem, barulhenta e psicodélica.”, contou em entrevista para o portal Female Rock Squad

Krisiun

Krisiun é uma banda brasileira de death metal, formada em 1990, na cidade de Ijuí (RS). O nome da banda deriva de um mar lunar nomeado “Mare Crisium”. O trio composto por Alex Camargo (baixo e vocal), Max Kolesne (Bateria) e Moyses Kolesne (Guitarra) já lançou 12 álbuns de estúdio, além de já ter tocado algumas vezes no Rock In Rio (2013 e 2020) e realizado diversas turnês no exterior. O disco mais recente é Mortem Solis foi lançado em 2022.

Project46

Project46 é uma banda paulistana de metal formada em 2008 por Jean Patton e Vini Castellari. A banda já lançou um EP e três álbuns de estúdio, tendo já se apresentado em grandes festivais como o Monsters of Rock em 2013, Rock in Rio em 2015 e Maximus Festival em 2016. Eles estão escalados para o Summer Breeze Festival que acontece em São Paulo no dia 30/04 no Memorial da América Latina.

Na sonoridade eles misturam gêneros como Metalcore, death metal, deathcore e até mesmo o nu metal. O último álbum do grupo, intitulado TR3S, foi produzido e gravado em Los Angeles (EUA), ganhou uma versão especial em inglês durante a pandemia disponível em todas as plataformas de áudio. A banda atualmente é formada por Caio MacBeserra (vocal), Jean Patton e Vinicius Castellari (guitarras), Baffo Neto (baixo) e Betto Cardoso (bateria) e prepara novo álbum de estúdio para 2023.

Crpyta

Crypta é uma banda brasileira de death metal formada em São Paulo, no ano de 2019. O grupo conta com as ex-integrantes da banda de thrash metal Nervosa Fernanda Lira e Luana Dametto, e as guitarristas Tainá Bergamaschi e Jéssica di Falchi.

O quarteto assinou com a gravadora austríaca Napalm Records, através da qual seu álbum de estreia Echoes of the Soul foi lançado, em junho de 2021. O disco foi gravado no Brasil no estúdio Family Mob, operado por Otávio Rissato, produzido por Thiago Vakka, mixado por Arthur Rizk e masterizado por Jens Bogren no Fascination Street Studio. O full-length também foi licenciado e lançado na mesma data no Brasil e na Argentina pela Dynamo Records, na Rússia pela Soyuz Music, no Japão pela Ward Records e posteriormente no México pela Concreto Recs.

A Crypta atualmente está focada em finalizar a composição de seu segundo disco, que será gravado e lançado em 2023.

Odeon

Razoavelmente novo, o Odeon foi criado no início de 2020 e é o projeto de quatro ex-integrantes do Vitalism. Diferente do projeto anterior focado no metal progressivo, o grupo carioca explora em seu som diferentes vertentes do rock (metal, emo, alternativo, indie) e até flerta com o R&B, ritmos brasileiros, como o piseiro e o funk carioca, se mostrando bastante versátil e contemporâneo.

Sua formação conta com o guitarrista Lucas Moscardini, que conduz a banda ao lado de Marcelo Braga (voz), Andre Casagrande (baixo) e Marvin Tabosa (bateria). Em 2022 eles lançaram seu álbum de estreia, Game, com participação de Lucas Silveira (Fresno) em “dream”.

 

E você, já conhecia as bandas citadas representando o metal nacional?

O que acha da volta do rock ao mainstream?

Acompanhe outros lançamentos da AlgoHits e saiba mais da cena de música brasileira acessando outros posts em nosso blog.

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